O trauma é algo subjetivo, o que para alguns seja um trauma, para outros talvez não seja. Para entender melhor o assunto, neste texto te explico exemplificando como um Sapo pode se tornar um trauma e angústia. Continue lendo este texto
O pequeno anfíbio que normalmente causa repulsa e medo entre muitas pessoas, é tomado como exemplo neste texto para um trauma. Porém, durante a leitura pense no sapo como um símbolo para todos os traumas possíveis, os mais comuns são:
- Trauma da perda, que seria o medo de perder pessoas próximas, perder o emprego, relacionamentos, etc.
- Trauma de dirigir, que seria o medo de acidentes;
- Trauma de mudanças;
- Entre outros.
De repente, o trauma que uma pessoa tenha de um Sapo, não seja necessariamente algo construído pelo o animal, mas sim pelo sentimento causado na pessoa.
Ativada por uma emoção primária de angústia e medo, o sapo passa a ter um significado ruim. Assim, entendemos o Trauma como o significado ruim que a pessoa deu a aquilo (objeto ou situação).
Qual o significado que a pessoa teve em um momento que ela passou quando ela perdeu alguma pessoa próxima?
Quando isso aconteceu, esta pessoa se sentiu traumatizada, porque a partir da perda que ela teve ela começou a associar a morte com a angústia e consequentemente, a perda se tornou uma angústia para ela.
Trauma=Angústia
A partir deste momento, ela passou a desenvolver um medo de perdas. Que podem ser a perda de um relacionamento amoroso, perda de dinheiro, perda de emprego, etc.
Resumindo: O trauma está sempre ligado ao conceito de algo ruim.
Este conceito pode estar ligado não a apenas um acontecimento da própria pessoa com o objeto/situação, mas também algo que veio da mãe para a filha, ou até mesmo de avó para a filha. Hoje, ela pode ter nojo ou horror de um Sapo porque sua avó teve um momento de angústia quando entrou em contato com ele.
E como é possível resolver um Trauma?
Realizando o processo que chamamos de Ressignificação.
Nada mais é que vários processos para que o paciente entenda o que é um Sapo e o que faz. Alguns casos, até mesmo a linguagem é um momento de desconforto, ou seja, até mesmo escrever ou pronunciar a palavra “sapo” é um momento de dificuldade para a pessoa.
O processo se inicia no exercício de escrever a palavra Sapo, sem que isso cause um desconforto emocional. Às vezes, precisamos iniciar de letra por letra. Às vezes, precisamos “enganar” o cérebro e começar a escrever a palavra “sapato” para assim concluir a palavra de ressignificação.
Na mente do paciente, aos poucos se acostuma com o conceito. Ao invés de colocarmos o em frente ao objeto logo de cara, é preciso passar pelo processo de “ressignificação” do conceito que lhe causa angústia. Essa exposição gradativa sobre o elemento pode causar um desconforto no início, porém, em terapia conversamos sobre o sentimento que causa.
Tudo que a pessoa traumatizada tem feito em sua vida é se afastar e evitar do nome e do aspecto de seu trauma e na verdade, precisamos trabalhar sobre o trauma porque o mesmo lhe causa um desconforto emocional, podendo chegar até mesmo físico.
Qual a diferença do trauma, fobia e medo?
Embora pareçam ser a mesma coisa, os traumas, medos e fobias não são iguais. Cada um deles desperta no indivíduo sensações diferentes. O medo, por exemplo, nem sempre é negativo ou deve ser combatido, pois pode ajudar na preservação da integridade do ser. Uma fobia é um medo exagerado e incontrolável, geralmente de algo que é comum ou natural e não oferece perigo para a integridade do ser. Sendo assim, é importante saber ao certo de qual problema se trata para que a pessoa receba a ajuda de que precisa e o tratamento adequado quando ele for necessário.
No caso dos traumas psicológicos, deve-se antes mesmo do processo de ressignificação, descobrir a origem do trauma, para adotar-se a melhor abordagem com a terapia cognitiva comportamental.